"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


02 abril 2016

A certeza filosófica da continuidade da vida



É fato observável que durante o período em que estamos utilizando o corpo formado por matéria orgânica somos dotados de algumas características que identificam nossa pessoa em particular. São eles: material genético, sentimentos, emoções, pensamentos e experiências que juntos formam um ser de complexa constituição.

Outro fato observável é que essa criatura de constituição complexa não apenas responde aos estímulos externos ou obedece predisposições genéticas, mas também apresenta um certo grau de liberdade em sua interação com o meio ambiente e outros seres.

Também podemos notar que essa interação se processa num nível de comando interno ao corpo, afinal é uma ação ou comando que parte daquele indivíduo, podendo ser estimulada interna ou externamente, produzindo uma resposta ao meio.

Nesse processo de comando e estímulo fica perceptível que deve existir um mecanismo capaz de realizar uma ligação entre ações e reações. Logo, se existe tal processo, seus elementos são passíveis de serem investigados devido ao próprio encadeamento.

Assim, é possível demonstrar uma hipótese de causa provável tendo em vista as reações e o encadeamento entre fatos. Dizemos hipótese de causa provável porque essa pode ser uma reação de causa anterior.

Pois bem, com esse raciocínio pode-se fazer a seguinte dedução: partindo de um ponto observado, vamos investigando o seu encadeamento de reações anteriores e com isso pode-se chegar a causa que originou as reações que culminaram em determinada situação.

Pensemos agora em nossas interações com o meio e os outros seres. Algumas dessas interações produzem ações com perceptíveis traços que traduzem o conjunto de elementos característicos de determinado indivíduo.

Logo, nota-se que existe uma relação de pessoalidade no processo de encadeamento das ações dos seres, pois se houvesse apenas a cadeia de comando e estímulos de ordem biológica não haveria a manifestação quanto aos elementos subjetivos que compõem o ser.

Dessa forma, chegamos ao ponto de que o elemento que coordena as ações/causas não pode ter origem na matéria orgânica, pois se isso fosse verdadeiro estaríamos sujeitos apenas às consequências de fatores biológicos.

E como o ser humano consegue transformar o meio em que vive por meio de ações que denotam sua pessoalidade é conclusivo que a causa sede da expressão humana não seja a matéria orgânica, mas sim algo que pertença a outra realidade, mas que tenha estreita ligação com o conjunto físico.  

Dessa forma, concluímos que existe algo que pertence a uma realidade outra que não se constitui de matéria orgânica, e que esse elemento é a sede do que chamamos de ser, portanto esse princípio do ser não pode ser destruído após a morte do veículo de matéria orgânica, já que não pertence a esse tipo de natureza.

Agora, se pensarmos que esse ser sobrevive após a morte do organismo físico, necessariamente ele deve conservar suas características individuais, pois, se se desintegrasse ou dissolvesse em algo maior, ele perderia sua finitude no sentido de desintegrar as próprias referências que servem para identificar suas características que personalizam o determinado ser, e assim haveria por consequência o colapso da consciência e por seguinte o desaparecimento daquela unidade individual.

A possibilidade do desaparecimento de uma unidade individual é ilógica, pois se essa hipótese fosse verdadeira não haveria motivo para a continuação da existência do ser após a morte do corpo orgânico já que ele passaria a ser apenas uma epifenômeno do mundo e não alguém dotado de características e vontades próprias que podem ser aferidas pela manifestação, expressão e modificação do meio orgânico pelo ser.

Logo, concluímos que existe a sobrevivência do ser após a falência do corpo físico, bem como há interações entre matéria orgânica e o ser, mesmo sendo de naturezas diferentes, portanto a interação entre seres independe da materialidade, e assim, a mediunidade é algo natural.


Um comentário:

  1. Acredito plenamente que depois da morte existe vida espirtitual. Gostei ler seu artigo.

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