"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


29 fevereiro 2016

Roupagens espirituais e preconceitos



Se há um assunto que deixa alguns tipos de adeptos da doutrina Espírita de cabelo em pé é dizer que seres desencarnados como pretos-velhos, índios e guardiões também trabalham em Centro Espírita e seguem o Cristo.

Não iremos aqui abrir uma discussão pautada nas diferenciações sociais que os adeptos de uma ou outra vertente doutrinária ou religiosa levam para dentro de algumas casas e por consequência os preconceitos do próprio gênero humano em estágio evolutivo.

Nem tampouco julgar suas raízes na complexidade do psicologismo do comportamento humano ou do processo histórico de formação da sociedade em que estão inseridas essas crenças, pois isso seria demasiado além das minhas capacidades.

Mas, vamos propor ao leitor deste texto um raciocínio simples, porém lógico sobre esse assunto. Lembre-se do seu dia a dia, de como você se manifesta nos diferentes círculos da sua vida.

Na sua casa, por exemplo, você não precisa de formalidades. Não é necessário estar vestido de maneira solene para se sentar à mesa e almoçar com sua família, nem se utilizar de palavras ou expressões muitos rebuscadas, afinal ali é um local de intimidade e as pessoas que estão presentes não precisam de outras formas para entender você.

Porém, em seu local de trabalho, você tem algumas regras diferentes da sua casa, pois convive e divide espaço com outras pessoas e por isso tem que seguir algumas normas para conseguir se manifestar da maneira mais adequada aquele local para desempenhar sua função.

Mas e se você estiver na casa de um amigo ou familiar? Como vai se comportar ou vestir? Pois bem, acredito que a resposta seja “da maneira que acredito ser o melhor jeito de me expressar em conformidade com o lugar”.

Assim é com os espíritos desencarnados também, são pessoas como nós, estão apenas em um estado vibratório diferente do nosso. Kardec traz um importante levantamento quanto sobre a identidade de uma inteligência desencarnada, mas que poderia muito bem servir de parâmetros para seres encarnado

Não se deve julgar da qualidade do Espírito pela forma material, nem pela correção do estilo. É preciso sondar-lhe o íntimo, analisar-lhe as palavras, pesá-las friamente, maduramente e sem prevenção. Qualquer ofensa à lógica, à razão e à ponderação não pode deixar dúvida sobre a sua procedência, seja qual for o nome com que se ostente o Espírito.” Explica Kardec em O Livro dos Médiuns, questão 267, item 5º.

Paralelo
Agora pensemos, mesmo com as diferentes formas de manifestação nos diversos círculos da vida, seja mais ou menos formal, usando essas ou aquelas palavras, em algum momento deixamos de ser nós mesmos?

Claro que não! Estamos apenas nos comportando da maneira mais adequada a nos expressar naquele contexto. Vale ressaltar que estamos falando em meios de expressão e não em ter comportamentos ou pensamentos diferentes em cada situação, pois isso seria uma dissimulação de nossa parte.

Assim, como nós vestimos roupas diferentes e falamos de maneira a usar essas ou aquelas palavras para se fazer entender de modo mais adequado em diferentes locais o mesmo acontece com os espíritos fora da carne.

Eles podem se manifestar da maneira com que julgam se expressar melhor, procurando dessa forma doar o que há de mais sublime dentro deles, o seu conteúdo de vida e experiências morais.

Acontece que muitas vezes nos deixamos enganar com as aparências e esquecemos de prestar atenção no conteúdo, pois quando vemos algo que nos remete a ligações que julgamos sem muito valor já formamos um pré-conceito (ideia anterior ao conhecimento do fato real) colocando algumas barreiras e entraves, deslocando nossa atenção para o exterior e não para o interior.

Dessa forma, não há razão para que espíritos como pretos-velhos, índios ou guardiões não possam se manifestar em casas ditas espíritas ou como alguns dizem, kardecistas, pois se trabalham em direção ao bem de forma a contribuir com a obra de Deus, consequentemente estão colaborando com a missão do Cristo e isso lhes dá a permissão de se manifestar onde seja necessário, afinal como está escrito no Livro dos Médiuns, questão 256, quarto parágrafo, o parâmetro a ser analisado é outro, o conteúdo útil:

“Não é a pessoa deles o que nos interessa, mas o ensino que nos proporcionam. Ora, desde que esse ensino é bom, pouco importa que aquele que o deu se chame Pedro, ou Paulo. Deve ele ser julgado pela sua qualidade e não pelas suas insígnias”.



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