"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


06 setembro 2010

Gênero: "Espírita"

Lendo as críticas de "Nosso Lar", algumas me chamaram a atenção, sobretudo as que comentavam um possível gênero de filmes nascente no Brasil: "Espírita". Este gênero se caracterizaria por uma visão positiva do ser humano, pelo ensinamento moralizante à luz da Doutrina Espírita e pelo caráter "didático" de apresentação do Espiritismo. Os três filmes espíritas mais recentes são "Bezerra de Menezes - Diário de um Espírito", "Chico Xavier - O Filme" e "Nosso Lar - O Filme", que compartilham desses quesitos. São obras que não pretendem grandes inovações artísticas e adotam de certo modo um modelo narrativo mais linear, menos exigente de público. E em todos os filmes há o caráter pedagógico: tudo muito bem explicado, narrado - até mesmo o óbvio - num esforço de apresentação e divulgação maiores do que de romper com processos ortodoxos na telona e apostar em novas soluções que satisfariam cinéfilos que mais que uma boa história, gostam de uma história bem contada.

Claro que os filmes que citei cumprem o objetivo de informar e divertir, cada um com seus acertos e erros próprios. E de fato, a menos que Fernando Meirelles os dirigisse, dificilmente eles seriam outra coisa do que foi apresentado ao grande público. Não é uma crítica. São retratos coerentes do que a Doutrina é em certo sentido. Ela preza por uma apresentação clara e didática - pedagógica, pra ser mais exato; pela mensagem edificante e consoladora; conta com grande carisma e apreço do público e, claro, por colocar sempre em destaque a reencarnação, a evolução e o ensino moral do Cristo. Filmes espiritualistas existem vários, mas "espíritas", no sentido estrito do termo, começam a aparecer com mais força agora no Brasil, e consequentemente no mundo.

Talvez o primeiro filme espírita propriamente dito seja "Joelma - 23 andar". O filme que já passou de seus 20 anos é o primeiro de que me lembro a retratar um fato/tema espírita. Após algum tempo do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo, 1974, em que 188 pessoas desencarnaram, é lançado o livro "Somos Seis", em que uma jovem que morrera no local, Volquimar Carvalho dos Santos, envia uma mensagem à sua mãe. O filme se baseia nessa mensagem, embora a personagem no filme se chame Lucimar. O longa obteve repercussão na época de seu lançamento, conta com Beth Goulart em seu elenco e tem participação especial do próprio Chico Xavier.

A filmagem de Chico durante uma psicografia é muito curiosa e digna de ser lembrada. Os produtores do filme disseram que tiveram de desligar as luzes durante a gravação, especificamente durante a concentração do médium, a pedido da equipe que acompanhava Xavier. E estava muito escuro e todos esperavam um resultado pífio, e provavelmente perderiam o filme por baixa qualidade de filmagem. Ao revelarem o negativo, entretanto, ficaram surpresos com uma luz ao redor de Chico que iluminou a filmagem toda - embora ninguem tivesse percebido no local. E é realmente impressionante que a luz que ilumina que Chico não tem uma incidencia clássica de um holofote...


É muito sadio para todos nós que o cinema nacional se fortaleça. E sobretudo com temas edificantes e positivos, saindo um pouco da violência, da miséria e das comédias de padrão global. Agora, além das novelas, séries e programas espíritas, teremos filmes espíritas. E isso é bom para o Espiritismo, enquanto movimento, mas melhor ainda para aqueles que alguma coisa puderem aprender e viver melhor após conhecerem, ainda que superficialmente, a Doutrina dos Espíritos.

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