"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


28 dezembro 2010

Tristeza do mundo

Impressionante a nossa capacidade de nos enternecermos com uma criança, com um fiel animal de estimação ou com o simples fato de vivermos mais um dia de oportunidades. Mas também, em meio a noticias tristes de situações de sofrimentos, abusos e violencia, nos chocamos com a proximidade que ainda temos com as feras. E com o agravante de o fazermos pela maldade, e não necessariamente pelo instinto.

Não há como não reconhecermos nossa culpa na atual situação planetária em que vivemos. Coletiva e individualmente. Nessa época em que fazemos votos de tantos compromissos para o próximo ano, saibamos trabalhar a nossa propria renovação. E que sirva de inspiração as belas palavras de Chico Xavier, e que ao nos transformarmos, possamos transformar o mundo com a alegria de servir.


Alegria


"Alegria é o cântico das horas com que Deus te afaga a passagem no mundo.


Em toda parte, desabrocham flores por sorrisos da natureza e o vento penteia a cabeleira do campo com música de ninar.


A água da fonte é carinho liqüefeito no coração da terra e o próprio grão de areia, inundado de sol, é mensagem de alegria a falar-te do chão.


Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça tristeza entorpecente nos outros.


Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.


Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas.


A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse para renovar-se diariamente, em festa de amor e luz."


Autor Espiritual: Meimei
Psicografia de Chico Xavier

22 dezembro 2010

Adoção


A forma de como as coisas são programadas para acontecer em nossas vidas as vezes impressiona, mesmo com uma bagagem de estudo relacionado a doutrina e seus fundamentos. Apesar de gozar do livre arbítrio, há coisas na vida que simplesmente devem acontecer, pois foram devidamente programadas no outro plano, quando lá estávamos, para que pudessemos, já aqui na Terra, dar continuidade em nosso aprendizado e a conclusão desse programa já é uma vitória imensa, é um sinal de que continuamos nos mantendo firme e fortes em nosso propórito nessa encarnação.

Pra resumir bem, estou a dez anos junto com "minha companheira de batalha", uma pessoa que veio de longe pra me conhecer e ficar comigo, pra ser minha outra metade nos caminhos da vida. Depois de um bom tempo juntos, começamos a pensar em filhos, a constituir uma familia e tudo mais, ou seja, uma coisa natural na vida de um casal. Acontece que ela não engravidava de forma alguma, fazia exames e mais exames e nada, o tão querido filho nunca vinha. Um belo dia, em uma consulta ao ginecologista, eu estava junto, o médico me perguntou se eu já tinha feito meus exames, pois com ela estava tudo ok e não tinha mais o que investigar. Eu respondi que não havia feito exames (a gente nunca acha que o problema é com a gente), e o doutor me intimou a fazer meus exames, começando pelo espermograma.

Lembro bem que no dia que fui buscar meu resultado, já em casa, abri o bendito exame e o resultado dizia AZOOSPERMIA, o que em básica pesquisas (no Google mesmo, logo de cara) foi possivel saber que em meu sêmen não havia um espermatozóide pra contar história, ou seja, era o sinônimo de estéril, o que foi posteriormente confirmado pelo médico.
Vale lembrar que a azoospermia é um diagnóstico que não te coloca na condição de estéril logo de cara, seria necessário outros exames pra saber o motivo de não ter espermatozóides em meu sêmen e que caberia até procedimento cirúrgico pra tentar reverter a situação, pois cada caso é um caso, por isso, cuidado com o termo azoospermia, consulte o médico antes de sair pensando asneira.

Naquele dia fiquei chateado, pois a idéia de quer você não pode gerar um filho próprio não deixa de ser frustrante e, pior ainda, a idéia de que você não pode ter um filho é mais assustadora ainda, pois é natural do ser humano deixar seus conhecimentos pra alguém e saber que um dia vai partir e sua história terminará ali é complicado.

Eu e minha esposa já haviamos conversado algumas vezes sobre adoção e essa idéia sempre esteve em pauta, mas sempre depois de ter o nosso biológico, como que se a prioridade fosse ter um filho de sangue e depois sim adotar um, cometendo assim o primeiro erro de quem começa a pensar em adoção, o erro de pensar que o filho de sangue é mais importante do que o filho do coração. É um erro que tive que engolir a seco quando meu filho, adotivo, chegou. Digo erro para ressaltar o termo em si, mas na realidade é um sentimento até involuntário imposto ao decorrer da vivência em uma sociedade que ainda tem preconceito em ralação a adoçao.

Minha esposa já havia decidido pela adoção mesmo antes de meu exame, por ela tinha dado entrada na papelada bem antes, mas eu sempre ali aguardando algo que hoje sei que não iria acontecer, aguardando ela resolver o "problema" nela e finalmente ela engravidar. No fim, chegamos em comum acordo (também, depois do tapa na cara que o exame me deu, não podia ser diferente) e fomos ao forum dar entrada na adoção.

Foram um ano e meio de espera e ligações (sempre por parte de minha esposa) semanais para o forum para saber como andava a fila, e finalmente no dia 14 de Setembro de 2009 o telefone tocou, eu atendi, e era a assistente social perguntando se a gente gostaria de conhecer um menino de um ano e um mês que estava no abrigo aguardando adoção. E foi nesse mesmo dia que fomos lá, em meio a nervosismo e felicidade, e vimos pela primeira vez o nosso filho.

No dia seguinte sairiamos do forum com um menino nos braços e uma sacolinha de roupas dele na mão, eramos pais, finalmente.

Contar a história completa aqui seria longo demais, o que não é compatível com o propósito do blog, mas posso dizer tranquilamente hoje que tenho uma familia completa e feliz, tenho um filho alegre e muito carismático, que nos proporciona doses de felicidades brutais e que me faz sentir, sem um pingo de diferença de ser biológico ou não, um pai, assim como minha esposa, uma mãe.

Voltando lá em cima no começo do post, impressiona como as coisas são programadas em nossas vidas, pois hoje somos uma familia constituida de mim, de minha esposa que veio de uma cidade distante da minha, me conheceu e por fim viramos pai de uma criança que a principio não possuia vinculo nenhum conosco. Mas o mais importante é que isso tudo é em referencia ao material, pois espiritualmente tenho certeza de que nossas vidas deveriam se cruzar por aqui nessa encarnação e assim o foi.

Um fato curioso é que um casal foi visitar nosso filho no abrigo um dia antes de nós, estavam na frente na fila do forum, mas por algum motivo que só a espiritualidade saberia responder, resolveram não ficar com ele, dando oportunidade pra nós. A assistente no dia disse que era pra ser a gente mesmo, que estava escrito, eu respondi pra ela que sim, que estava escrito e programado.

O próximo passo é um irmãozinho ou uma irmãzinha para o Matheus Eduardo, vamos deixar a espiritualidade trabalhar novamente, eles sempre sabem o que fazem.

Pra quem pensa em adoção, posso dizer tranquilamente que o processo não é difícil e a demora depende de cada forum ou estado dos pretendentes, procure saber no forum de sua cidade os procedimentos, converse com a assistência social para maiores esclarecimentos e sempre faça tudo dentro da lei, pois compensa, e muito, adotar uma criança, pois você estará dando a oportunidade de uma vida digna e cheia de amor para uma alma geralmente vinda do sofrimento, mas que no fim o encontrará.

Importante também é sempre ser honesto com seu filho em relação a adoção, nunca esconder que ele é adotado, começe a conversar com ele sobre o assunto assim que perceber que ele já está em condições de entender a condição dele, pois esconder é pior, no futuro inevitavelmente ele vai acabar sabendo e isso poderá gerar um sentimento de traição, pois nada é mais importante na relação pais e filhos como a confiança mútua e, claro, o amor.

O resto a vida se encarrega de nos ensinar.

25 novembro 2010

"Moscati - o doutor que virou santo"

O filme "Moscati - o doutor que virou santo" relata a vida de Giuseppe Moscati, médico italiano da região de Nápoles que viveu encarnado entre 1880 a 1927 e que dedicou sua vida ao atendimento dos humildes não obstante suas contribuições acadêmicas na área médica. O filme foi produzido pela televisão italiana RAI com relatos de contemporâneos do médico que, segundo muitos, operava curas extraordinárias em sua época e atendia diariamente a massa menos favorecida de Nápoles, geralmente provendo, junto a receita, uma ajuda em dinheiro para a compra do remédio. Poderíamos dizer que Moscati foi uma espécie de Bezerra de Menezes italiano.

Sua abdicação da vida material e carnal e seu engajamento numa medicina com a técnica voltada para o lado humano/social são emocionantes e muito bem trabalhados no filme, que enfativa, inclusive, várias reformas feitas à época por Moscati em favor de uma prática médica mais humanizada. Durante a vida extraordinária desse homem de grande elevação espiritual estão documentados vários fenômenos de natureza mediúnica/anímica. Dentre estes estão relatados no filme um chamado telepático, atendido prontamente por Moscati que chega a tempo de se despedir de um grande amigo antes da morte, e até mesmo uma aparição tangível de seu espírito a um amigo um dia após sua morte.

Além do reconhecimento e da memória até hoje tão lembrada na Itália, são atribuídos a Moscati vários "milagres" que teriam sido obtidos por sua intercessão. O mais famoso é de um jovem homem curado de leucemia após sua mãe ter sonhado com um homem vestido um jaleco branco cuidando de seu filho, que só mais tarde ela identificou por meio de fotografias tratar-se do famoso Giuseppe Moscati.

O reconhecimento a seu trabalho é tão grande que ele foi o primeiro médico moderno a ser canonizado, além de pertencer a um pequeno grupo de santos "leigos", que não trabalhavam diretamente junto a organização da Igreja.

Filme muito bonito, mostra o amor ao próximo, à arte de cuidar e de servir de forma fiel ao chamado superior.

21 novembro 2010

Mãos marcadas

Senhor!

Quando me deres
O privilégio do renascimento
No berçário do mundo,
Ante as necessidades que apresento
E aquelas que não vejo,


Eis, Senhor, o desejo
Em que dia por dia me aprofundo:


Deixa-me renascer em qualquer parte,
Entretanto, que eu possa acompanhar-te
Onde constantemente continuas
Trabalhando e servindo em todas as estradas
Para que eu também tenha as mãos mareadas
Como trazes as tuas ...


Quanta ilusão quando me debatia
Crendo que o desespero fosse prece,
A rogar-te alegria e segurança
Sem que eu nada fizesse!


Imitava na Terra o lavrador
A temer pedra e lama, vento e bruma,
Aguardando milagres de colheita
Sem plantar coisa alguma.


Entretanto, Senhor, agora sei
Que o trabalho é divino compromisso,
Estímulo do Céu guiando-nos os passos
E que, atendendo à semelhante lei
Puseste ambas as mãos em nossos braços
Por estrelas de amor e de serviço.


Assim, quando efetues
As esperanças em que me agasalho
E estiver entre os homens, meus irmãos,
Que eu me esqueça em trabalho
E me lembre das mãos ...


Não me dês tempo de lastimar-me
Que eu busque tão somente a luz que me acenas
No anseio de seguir-te
Quero o trabalho apenas.


Dá que eu seja contigo, onde estiveres,
Uma réstia de paz ... Que eu seja alguém
Sem destaque e sem nome
Que se olvide no bem.


E se um dia uma cruz de provas e de agravos
Reclamar-me a tarefa e o coração,
Não me largues ao susto aque me enleie,
Ajuda-me a entregar as próprias mãos aos cravos
Da incompreensão que me rodeie,
Entre bênçãos de fé e preces de perdão!


Não consintas que eu volte ao tempo morto
Da ilusão convertida em desconforto,
Dá-me os calos da paz nas tarefas do bem,
A sorrir e servir sem perguntar a quem ...


Ouve, Celeste Amigo,
Aspiro a estar contigo,
Longe de minhas horas desregradas,
Onde sempre estiveste e sempre continuas
Plantando o amor em todas as estradas,
Para que eu também tenha as mãos marcadas
Como trazes as tuas ...

Pelo Espírito Maria Dolores, psicografado por Chico Xavier, in "Mãos Marcadas"

20 novembro 2010

A Face Oculta do Mal

"Uma parte pouco conhecida do Mundo Espiritual"

Muitas pessoas perguntam a respeito da influência do Mal nos destinos do planeta, à margem da timidez dos bons e numa verdadeira luta entricheirada contra os que pretendem, de sua posição mais esclarecida, libertar os demais da ignorância espiritual. A frase repetida com alguma frequencia de que tudo que ocorre é permitido por Deus e planejado pelos Mentores necessita ser vista com cautela.

É obvio para nós que nada aconteça sem a consciência de Deus, uma vez que ele é a Suprema Consciência do Universo, cujo hausto sustenta toda a harmonia das coisas e seres, como indica André Luiz em "Evolução em Dois Mundos". No entanto afirmar que tudo acontece por sua deferencia direta é no mínimo ingenuidade de nossa parte, além de ser contrário ao princípio do livre-arbítrio e das próprias leis constituintes do Cosmos - lembremos que Deus prova sua grandeza pela imutabilidade de suas leis e não pela ab-rogação delas, nos dizeres de Kardec. Um criador realmente inteligente daria o ponto de partida da criação, designando leis e comportamentos que criariam por si sós, toda a variedade maravilhosa que temos ao nosso redor, arquitetados na Mente Suprema a que chamamos Deus.

Quanto ao planejamento reencarnatório em si, ele depende do conhecimento "técnico" de como se dá o processo, e conhecimento não anda necessariamente de mão unida com a moral. Àqueles que questionam o fato de o Plano Espiritual Inferior poder interferir diretamente no planejamento e execução de reencarnações arranjadas para o trabalho no Mal e dizem não encontrar suporte nas obras espíritas mais conceituadas, citaremos André Luiz, sobretudo em "Libertação" e "Ação e Reação". Desta última, tomamos textualmente um trecho do capítulo 3, em que André Luiz, reproduzindo uma fala de Druso, nos conta que "se existem reencarnações ligadas aos planos superiores, temos aquelas que se enraizam diretamente nos planos infernais" e "... (que) há reencarnaçãoes em perfeita conexão com os planos infernais...". Portanto, fica testificado para nós a organização de setores recrudescidos no mal que tentam com astúcia manter o planeta em sua marcha lenta e atrasada, unicamente para fazer prevalecer sua ambição ilusória de poder e dominação. 


Hèlene Blavatski
 Não é por acaso, portanto, como espíritos afins retornam a crosta de nosso planeta em nova veste carnal. Ora vemos formarem-se escolas prodigiosas nas artes, nas ciências e que produzem verdadeiras revoluções na cultura e no comportamento que serão sentidas por muito séculos, resultado de operações muito bem planejadas pelo Plano Espiritual Superior. Ora notamos como verdadeiras legiões aparentemente desordeiras se reunirem para cumprir desígnios dos mais malévolos, sob jurisdição de tiranos poderosos e cruéis das esferas inferiores.


O Nazismo, por exemplo, além do fenômeno social e antropológico, deve ser estudado à luz dos processos espirituais. Qualquer um que tenha se deparado com estudos, ainda que superficiais, sobre a relação do alto escalão nazista com o ocultismo percebeu a diversidade de crenças e rituais mágicos que eles adoravam e produziam, mas unicamente orientados para o aumento do poder pessoal e da dominação do semelhante. A Sociedade Vril, a influencia de astrólogos, inúmeras superstições germânicas e até sessões de materialização compuseram o caldo místico da elite nazista, balizados em grande parte pelos trabalhos ocultistas de Hèlene Blavatski. Ninguém pode simplesmente ignorar tais fatos ou classificar simplesmente como mais uma das excentricidades daqueles senhores do crime. Eles tinham a exata medida do que faziam, e o faziam amparados pelas mais terríveis forças do Invisível.

A luta do bem contra o mal é incessante. E no processo de transição planetária que se iniciou há algumas décadas e amplamente relembrado por diversos espíritos e médiuns, não podemos esperar outra coisa senão o acirramento dessa batalha, do choque com nossos próprios valores e da convulsão social que deverá fazer surgir uma nova ordem de convivência na Humanidade.

O mal nos espreita a todo momento. Sejamos portadores da luz.

19 novembro 2010

Trilha Sonora de "Nosso Lar - o filme"


Já está disponivel para venda no site da Biscoito Fino o CD com a trilha sonora original do filme Nosso Lar, composta por Philip Glass especialmente para ele e executada pela Orquestra Sinfonica Brasileira. Infelizmente não existe a opção de compra por download das músicas, apenas da mídia física (CD). No começo do próximo ano teremos ainda o lançamento em DVD e Blu-Ray do filme. 

17 novembro 2010

Há 2000 anos

"Até onde pode ir a resignação pelo amor?"

Neste excepcional romance do Espírito Emmanuel, por intermédio de seu caro instrumento, Chico Xavier, o amor e a resignação diante dos problemas da dor fulgem nos caminhos de redenção de seus personagens.

O orgulhoso senador romano Públio Lentulus Cornelius - antiga reencarnação de Emmanuel - passa a rever suas posições diante de suas crenças e no seu trato com outros homens, na medida em que a dor visita sua própria casa. Sua filha, acometida de grave doença, recebe orientação para tratamento na região da Galiléia, onde espera-se alguma melhora com seu clima seco. Passados os contratempos iniciais, toda a família começa a se envolver numa imbricada trama envolvendo toda a ocupação romana, os judeus e até mesmo um homem simples que parecia curar pessoas e que terá importancia fundamental na vida do senador.

Os problemas domesticos também não são menores. Afastando-se da esposa, Lívia, que começa a se envolver com as "feitiçarias" dos primeiros cristãos, vê ainda seu varão ser raptado, para aparecer mais tarde em doloroso resgate pelos desmandos na vida.

Vários aspectos chamam a atenção nessa obra - que também não deixa de ser polêmica. O estilo clássico e forte de Emmanuel pintam cenas vivas em nossas mentes. Todas as cenas, inclusive das festividades romanas, são ricamente descritas. Sabemos ainda que Chico Xavier estaria ali reencarnado como a própria filhinha de Públio.

Quanto às polêmicas, pra suscitar um estudo em conjunto, temos a famosa carta de Públio endereçada a Tibério, então imperador romano, com a descrição física de Jesus. Esta carta é tida por muitos como apócrifa, e o livro confirma o encontro de Públio com Jesus. Muito se contesta também acerca das personagens romanas, embora prove-se apenas que Chico fez um trabalho esplendido, nunca tendo consultado obra alguma de referencia, embora muitos se esforcem, sem muito sucesso, em tentar desqualificar a obra nesse aspecto. Contém ainda o famoso poema/música "Alma Gêmea", composto por Públio em sua juventude para Lívia

Fica, portanto, a recomendação desse livro que certamente emocionar o leitor.

15 novembro 2010

Na Vida

Não te queixes de ninguém.
Todos estamos lutando.
Esse enfrenta problemas afetivos.
Aquele sofre limitações.
Outro caminha vacilante.
Na vida, quem compreende sabe mais.
Faze o melhor que possas,
esquecendo ingratidões.
Serve, perdoa e avança,
olvidando injúrias.
Elege o bem por teu escudo
e deixa que as pedras da maledicência
caiam à tua volta.
Se procuras Jesus,
não tens tempo a perder
com os acontecimentos marginais da estrada.

Pelo Espírito Irmão José, in "Brilhe vossa luz", de Francisco Cândido Xavier e Carlos Baccelli, IDE Editora

As Cartas psicografadas por Chico Xavier

"Porque uma mãe sempre quer saber onde seu filho está"



Estréia em novembro

13 novembro 2010

The long and winding road





















Não pude me furtar à oportunidade de comentar uma das mais belas letras da música popular, escrita por Paul McCartney, que agora visita o Brasil. A música que fala de arrependimento, dos caminhos e descaminhos que tomamos, em volta aos sofrimentos, tem muito a nos ensinar com os paralelismos com o conceito de evolução.

A evolução espiritual também passa por um longo e sinuoso caminho. Ao longo de sucessivas oportunidades reencarnatórias, o espírito vai se educando, aprendendo a viver na plenitude de sua potencialidade de sua consciência liberta e feliz. Mas diante de tantas reencarnações, esse caminho não é feito em linha reta, ora o indivíduo progride, ora estaciona, mas sempre aprende, senão numa oportunidade, na próxima, às vezes à custa de muito sofrimento.

Nesse sentido, entendemos a evolução como o processo de auto-educação do espírito para uma vida plena. Não basta viver e morrer. É preciso aprender a viver, sem apego a ilusões. Para citar Paulo, "da mesma forma que não trazemos nada a esse mundo, manifesto é que nada levaremos dele". Apenas nossas experiências, nosso aprendizado e nossos sentimentos vão conosco para um novo plano de vida. Tudo quanto é material fica - e quantas vezes, por tão apegados e egoístas que somos, ficamos com ele...

A canção fala de "uma longa e sinuosa estrada" que leva sempre a uma mesma porta. Passa por um lago de lágrimas choradas durante o dia, lavadas de pela noite selvagem e tempestuosa. "Já vi esse estrada antes", afirma. Mas ela sempre torna a um grande e sinuoso caminho que leva à porta. "Muitas vezes estive sozinho/ e muitas vezes chorei/ Mesmo assim você nunca saberá o quanto eu tentei".

Como nós, querendo atravessar um caminho difícil, que nos levará a passar sozinhos o pórtico da morte, após suor e lágrimas, sempre volveremos novamente a esse longo caminho. É como está inscrito no túmulo de Kardec: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei". É a oportunidade abençoada de renovação que urge ser feita em todos nós, dia após dia.

E como na música, essa estrada nunca desaparecerá...

O Ateu


























"Sujeito que clama e berra
Contra a vida a que se agarra,
Vive em perene algazarra
Colado aos brejais da terra.

Do raciocínio faz garra
Com que à verdade faz guerra,
Na desdita em que se aferra,
À ilusão em que se amarra.
De mente sempre na birra
Ouve a ambição que lhe acirra
A paixão que o liga à burra.
Mas a luz divina jorra
E a vida ganha a desforra
Na morte que o pega e surra."

Pelo Espírito Alfredo Nora, in "Brilhe vossa luz", de Francisco Candido Xavier e Carlos Baccelli

08 novembro 2010

Feira do livro espírita - Araras/SP

Para todos que moramos no interior, dias 20 e 21 de novembro terá em Araras a 2 Feira do Livro Espírita, com oportunidades de desconto de até 70%. Prestigiem!

31 outubro 2010

Isto não é Espiritismo (2) - por Raul Teixeira

Nos Domínios da Mediunidade

"Um retrato profundo e elucidativo dos problemas da mediunidade"


O livro de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, é uma jóia rara no estudo da mediunidade. Não bastasse a autoridade de Chico Xavier como medianeiro para autorizar a obra, o livro por si só mostra-se maravilhoso àqueles que o visitam, mantendo a alta qualidade dos títulos assinados pelo autor de Nosso Lar.


Trata de situações de corriqueiras nos trabalhos mediúnicos. André Luiz vem à crosta observar em um pequeno grupo espírita, junto de Áulus, grande estudioso do magnetismo na Terra e agora iluminado instrutor da mediunidade, os desdobramentos do trabalho mediúnico. A grande inovação desse livro é mostrar o intercâmbio a partir do plano espiritual, diferentemente da maioria, trabalhos da Terra que pretendem organizar o trabalho e disciplinar seus colaboradores.


Com explicações que variam desde a formação de um grupo mediúnico até ricos detalhes sobre psicofonia ou psicografia, o livro é essencial ao estudo da mediunidade. Por ser tão rico e diverso em seu alcance, no intuito de facilitar o acesso a todas as informações do livro e organizá-las para facilitar um estudo sistematizado do mesmo, Martins Peralva lançou o livro "Estudando a Mediunidade", que segue quase capítulo a capítulo, o livro de André Luiz. É quase como um livro de notas, que amplia o conteúdo do livro e é muito competente na tarefa de "digeri-lo" para melhor acesso do leitor.

Fortemente recomendados ambos os livros.

10 outubro 2010

Feriado em NOSSO LAR

Dificuldades no trabalho mediúnico

O intercâmbio mediúnico definitivamente não é tão simples como pensam muitos. Não se trata de repousar a mão sobre a fronte e ouvir vozes e ver seres desencarnados. Manifestações desse tipo correspondem a uma minoria que em geral ocorrem de forma mais sutil e sujeitas a diversas interferencias. Trataremos de algumas delas brevemente.

Dentro do campo da sintonia em que ocorre o fenômeno, o ruído sempre existe quando ocorre transferencia de informação - em qualquer sistema de transmissão. No caso da mediunidade tal ruído se associa a fatores ambientais e anímicos, isto é, referentes ao próprio médium. Um ambiente propício às manifestações, com pensamentos elevados cultivados em harmonia e simpatia entre os participantes, atrairá espíritos felizes e instruidos, auxiliando na sustentação dessas vibrações, mantendo um laço fluídico de ligação entre o perispírito do médium e do espírito comunicante mais estável.  Quanto ao médium, seu grau de inconsciência também afeta a mensagem, mas sobretudo sua atitude mental.

Ao "receber" a mensagem do espírito, ela passa pela mente do médium, que observa seu fluxo torrencial alheio a si próprio, embora possa interferir sobre ele. É como se a mensagem fosse uma corredeira de água e o médium seu observador que eventualmente pode tentar barrar-lhe o movimento, dar-lhe mais força ou simplesmente deixar-se levar por ela. Essa interferência pode ser intencional ou não, inconsciente, em que o médium não consegue simplesmente diferenciar um conteúdo próprio de sua mente daquele do comunicante. Por isso é muito importante a educação mediúnica para se exercer tal prática com segurança, uma vez que na lida direta com o trabalho mediúnico as situações são praticamente infinitas e frequentemente visitam o inusitado.

O estudo constante do trabalhador espírita também é fundamental. Em parte pelo preparo para lidar com essa infinidade de situações de vida - e de morte - que o contato com os desencarnados provê, e em outra pois como um porta-voz dessas entidades deve esmerar-se por ser o mais fiel possível.

Já o problema da sintonia talvez seja o mais importante pois depende do status mental do médium, sua dedicação à sua reforma moral, sua capacidade de concentração e de atingir elevadas esferas com seu coração. Um servidor invigilante, vítima de excessos e de pensamentos pouco nobres, facilmente se verá envolto em idéias confusas e exóticas, que longe de esclarecer, apenas levarão dúvida e sombra a quantos a ouçam, mas principalmente ao médium.

Novamente, debalde todo o conhecimento adquirido sobre a ocorrencia mediunica em toda a sua diversidade, resvalamos sempre no problema moral do homem. O fenômeno impressiona, mas o Evangelho educa e regenera.

Uma prática mediúnica responsável requer, antes de ciência, caridade e amor.

30 setembro 2010

Iconografia Espírita - Raul Teixeira

Mais uma iconografia, dessa vez a do grande Raul Teixeira. É só clicar na imagem para que abra em um tamanho com mais qualidade e legível.

23 setembro 2010

Concorrencia ao Oscar - Ninguém escapa aos tentáculos do poder

Em ano eleitoral, num país com absurdo aparelhamento político do Estado pelo partido de situação e com critérios obscuros, contra a preferencia popular, "Lula - O filho do Brasil" será o representante do Brasil para disputar uma das vagas ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O filme teve 1% dos votos populares contra 70% de "Nosso Lar", com mais de 80 mil votos - o Ministério da Cultura diz que foi a maior votação popular da história no site.
Some-se a isso a empreitada recente contra a liberdade de imprensa e em pouco tempo nos veremos em novos problemas institucionais... 
Sugiro a todos que usem de meios oficiais e não-oficiais de comunicação para protestar contra essa escolha de um filme que, nas palavras da própria comissão julgadora, não é o melhor, e revela apenas um interesse eleitoral e burocrático de satisfazer a sede de poder de determinados grupos políticos.

19 setembro 2010

Espírito e matéria

Com a estréia do filme Nosso Lar houve uma grande explosão de artigos e críticas em relação ao mesmo por toda a internet, e não é pra menos, o filme realmente está bombando, o que somente destaca o mérito da produção. E com o nosso blog não é diferente, já a algum tempo vinhamos expondo material sobre a película aqui e intensificamos isso recentemente tendo em vista a estréia do filme e posteriormente a sua ótima aceitação diante do grande público. Por isso já vinha pensando em escrever algo que saísse um pouco dessa temática sobre o filme e tendo em mente o assunto relativo à metéria e espírito, qual não foi minha surpresa, ao pensar em um exemplo pra por aqui no post, quando me veio a mente a matérialidade existente em Nosso Lar, pois depois de assistir o filme e ver tudo aquilo na tela, me lembrei de algumas críticas que li a respeito onde dizem que a colônia espiritual é muito "real" pra ser verdade, isso em relação a materialidade daquilo tudo, como prédios enormes, o muro imponente que envolve a colônia, as casas nas vilas e tudo mais.

Mas afinal, como pode, do lado de lá, existir tantas coisas materiais como visto no filme?

Primeiramente é importante frisar que não se deve levar ao pé da letra, a respeito da materialidade, o que se vê nas telas, pois ali encontra-se apenas uma forma de se expor o que consta no livro. Segundo que o próprio André Luiz deixou claro no livro que o que ele descreve ali é uma tentativa de passar pra gente aqui na terra o que ele encontra em Nosso Lar, de uma forma mais simples que nos proporciona melhor entendimento, pois nosso mente ainda é muito limitada nesse sentido e ele não poderia dizer tudo ao pé da letra, pois não entenderiamos.

Mas então o que se vê ali, materialmente falando, é falso?

Absolutamente não, há sim matéria no mundo espiritual, mas não como conhecemos aqui na terra enquanto encarnados, e é exatamente esse o motivo do meu post.

Vejamos o que O Livro dos Espíritos nos diz a esse respeito, no item 22:

Define-se geralmente a matéria como aquilo que tem extensão, pode impressionar os sentidos e é impenetrável. Essa definição é exata?

— Do vosso ponto de vista, sim, porque só falais daquilo que conheceis. Mas a matéria existe em estados que não percebeis. Ela pode ser, por exemplo tão etérea e sutil que não produza nenhuma impressão nos vossos sentidos: entretanto, será sempre matéria, embora não o seja para vós.

Na resposta nos é informado a existência de outros tipos de matéria, muito mais sutil aos nossos sentidos e que, embora não a percebemos como tal, não deixa se ser matéria.

Ao desencarnar, o espírito se livra de seu corpo carnal, que é composto de densa matéria a qual conhecemos aqui na terra, mas ainda mantém o seu perispírito, que ainda é composto de matéia , embora seja uma matéria muito mais sutil a de seu corpo carnal, mas ainda tão densa a ponto de conseguir manter a forma física do corpo carnal que acabara de deixar. Ainda em nosso corpo carnal, composto de densa matéria, interagimos com os demais objetos aqui na terra, justamente porque o corpo carnal é composto de matéria da mesma densidade encontrada em nosso meio. Quando desencarnado e com somente o perispírito o envolvendo, o espírito conseguirá interagir diretamente somente com matéria compatível a usada para compor o perispírito.

Ou seja, o espírito desencarnado envolto pelo perispírito, ao se deparar com algo cuja matéria seja compatível com a usada em seu perispírito, sentirá essa matéria na mesma proporção que sentia a matéria usando seu corpo carnal, pois as matérias eram compatíveis. Tendo em vista que o nível de densidade de matéria em Nosso Lar seja compatível com a dos espíritos que ali estão, então naturualmente os mesmos terão a sensação de algo absolutamente real e tateável.

Indo um pouco mais além no assunto, temos o exemplo de espíritos desencarnados envoltos em seu perispírito no plano dos encarnados. Esse espírito sentirá o ambiente muito mais "pesado" e "denso", pois a matéria que está envolto é muito mais sutil do que a do meio em que ele se encontra.

Quem nunca ouviu relatos de avistamentos de espíritos onde os mesmos são avistados em uma forma "transparente"? Isso ocorre porque quem avista (medium) ainda está encarnado nesse plano e, portanto, envolto em matéria muito mais densa, podendo assim perceber a diferença entre ambas.

Portanto, a materialidade mostrada no filme Nosso Lar não está assim tão surreal como muitos andam pintando, é somente diferença entre matérias e planos, onde cada um conta com a compatibilidade necessária a seu meio e as diferenças só são percebidas quando há um intercâmbio entre os mesmos. O que parece ser tão real do lado de lá, não é percebido como tal do lado de cá e o que parece ser tão normal aqui pra nós, é sentido brutalmente mais denso pelos espíritos que nos rodeiam e estão no outro plano.

NOSSO LAR - 2 milhões de espectadores em 13 dias!

18 setembro 2010

Surpreendentemente bom!

Com "Nosso Lar - O Filme" chegando próximo a marca de 2 milhões de espectadores nesse final de semana, e após ter tido a oportunidade de assistir a essa pérola nos dias que passaram, deixarei aqui algumas considerações com respeito às críticas que tenho lido sobre o filme.

Ao ler as primeiras críticas confesso ter ficado preocupado. Todos falavam do didatismo exagerado, dos temas fantasiosos e viam com reservas a trilha sonora, além das roupas e do aspecto da cidade. O Alex, que escreve neste blog, me afiançou após ver o filme que muitas delas não se justificavam, opinião totalmente de acordo com a maioria esmagadora dos comentários do público geral em sites especializados e blogs. Qual a razão, portanto, de tanta má vontade? O que de fato o filme traz a tona e porque incomoda tanto? É algo que tentaremos responder.

Quanto a cidade em si, os comentários variaram de "uma mistura de Brasília com Krypton" até "o brasileiro não se livra de Niemeyer nem no além", ou ainda que "Nosso Lar copiou Brasília". É preciso lembrarmos, entretanto, como responde Richard Simonetti em carta a revista Veja, as datas em questão. O livro é de 1944 e Brasília teve seu projeto em meados dos anos 50. Logo, Brasília que copiou Nosso Lar! E depois, é uma cidade espiritual, de difícil descrição pela falta de termos para analogia em nosso mundo material, portanto, é muito difícil conceituar corretamente todos os detalhes arquitetonicos, de cores e formas da cidade, ainda que o filme tenha sido muito feliz nesse aspecto e os efeitos especiais cumprem seu papel de tornar esse mundo real (mas algumas cenas, poucas, deixam a desejar nesse quesito...)

Quanto aos aspectos fantasiosos.... Bem, Júlio Verne escreveu sobre submarinos nucleares, sobre o poder da mídia e viagens assombrosas que foram tidos como "ficção e fantasiosos", para no século seguinte se tornarem realidade. É preciso ter alguma humildade com relação ao Conhecimento, para se reconhecer suas próprias limitações e seu assentamento sobre "verdades" transitórias. Ter um onibus que voa não nos parece tão improvável. A Teoria M admite 12 dimensões que se interpenetrariam e teriam vida dentro delas, verdadeiros planos adstritos ao nosso planeta. A mente tem sido compreendida com cada vez mais complexidade e assombro e o invisivel, as ondas, energias, nos cercam de todos os lados. Pensemos duas vezes antes de dizermos que "Nosso Lar" é tão fantasioso assim.

Com relação a trilha sonora, acho que foi o ponto de maior má-vontade da crítica em geral. Todos comentavam que o ganhador do Oscar Philip Glass havia composto a trilha, para logo em seguida dizer "que estava longe de seus melhores trabalhos". Ora, a trilha, na minha opinião está ótima. É uma feliz leitura do filme e emociona em vários momentos. Não me lembro no cinema nacional de uma trilha com a qualidade de "Nosso Lar". Quanto à narrativa, o filme está bem agradável, e longe de ser "uma chatice" como disse um repórter da Folha. A história flui dinâmica, bem amarrada, com cenas lindíssimas regada com boa música. O "didatismo" tão citado é necessário, e não foi usado de maneira doutrinária, mas apenas para conduzir o espectados com mais facilidade pelo filme, e a solução final, se não for a melhor, foi a mais exequível pela grande quantidade de variáveis que o filme teve que lidar em aspectos de público.

Desse modo, não via há muito tempo tanta má-fé por parte de um número tão grande de formadores de opinião da mídia escrita. O julgamento do filme, apesar de todos dizerem o contrário, foi sim influenciado pelo fato de ser um filme espírita. É nítido. Até tentaram criar polêmica com relação aos desencarnados judeus que aparecem no filme, dizendo se tratar de uma falta de respeito. Ora, apenas foi retratada o que ocorreu na 2 Guerra com milhares de judeus mortos. O filme é bom sim. Surpreendentemente bom! E todos que o assistiram, espíritas ou não, dizem o mesmo.

Um amigo evangélico que foi assistir o filme comigo confessou ao final da sessão: "dá até vontade de acreditar..."

E creio ser esse o real motivo de tantas críticas ruins. O filme incomoda. Falar em imortalidade, em regeneração, em aperfeiçoamento moral com planos dimensionais habitáveis, numa sociedade como a nossa com tantas inversões de valores, é uma verdadeira afronta, um perigo para os materialistas aguerrido em seus princípios supostos irrevogáveis ou aos religiosos insinceros ou sufocados pelas dúvidas.

É exatamente como assevera Emmanuel no início do livro:

"André Luiz vem contar a você, leitor amigo, que a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, na qual edificamos o Céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração"

11 setembro 2010

Indicação ao Oscar



O Ministério da Cultura em iniciativa inédita está fazendo uma consulta à sociedade civil para escolher o filme que deverá concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2011. A pontuação e votos de cada filme serão encaminhados à Camara de Seleção Oficial, em caráter auxiliar. O filme escolhido para representar o Brasil no Oscar será divulgado em 23 de setembro. Por enquanto, "Nosso Lar - O Filme" lidera absoluto com quase 70% dos votos! Participe clicando na imagem.

06 setembro 2010

Gênero: "Espírita"

Lendo as críticas de "Nosso Lar", algumas me chamaram a atenção, sobretudo as que comentavam um possível gênero de filmes nascente no Brasil: "Espírita". Este gênero se caracterizaria por uma visão positiva do ser humano, pelo ensinamento moralizante à luz da Doutrina Espírita e pelo caráter "didático" de apresentação do Espiritismo. Os três filmes espíritas mais recentes são "Bezerra de Menezes - Diário de um Espírito", "Chico Xavier - O Filme" e "Nosso Lar - O Filme", que compartilham desses quesitos. São obras que não pretendem grandes inovações artísticas e adotam de certo modo um modelo narrativo mais linear, menos exigente de público. E em todos os filmes há o caráter pedagógico: tudo muito bem explicado, narrado - até mesmo o óbvio - num esforço de apresentação e divulgação maiores do que de romper com processos ortodoxos na telona e apostar em novas soluções que satisfariam cinéfilos que mais que uma boa história, gostam de uma história bem contada.

Claro que os filmes que citei cumprem o objetivo de informar e divertir, cada um com seus acertos e erros próprios. E de fato, a menos que Fernando Meirelles os dirigisse, dificilmente eles seriam outra coisa do que foi apresentado ao grande público. Não é uma crítica. São retratos coerentes do que a Doutrina é em certo sentido. Ela preza por uma apresentação clara e didática - pedagógica, pra ser mais exato; pela mensagem edificante e consoladora; conta com grande carisma e apreço do público e, claro, por colocar sempre em destaque a reencarnação, a evolução e o ensino moral do Cristo. Filmes espiritualistas existem vários, mas "espíritas", no sentido estrito do termo, começam a aparecer com mais força agora no Brasil, e consequentemente no mundo.

Talvez o primeiro filme espírita propriamente dito seja "Joelma - 23 andar". O filme que já passou de seus 20 anos é o primeiro de que me lembro a retratar um fato/tema espírita. Após algum tempo do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo, 1974, em que 188 pessoas desencarnaram, é lançado o livro "Somos Seis", em que uma jovem que morrera no local, Volquimar Carvalho dos Santos, envia uma mensagem à sua mãe. O filme se baseia nessa mensagem, embora a personagem no filme se chame Lucimar. O longa obteve repercussão na época de seu lançamento, conta com Beth Goulart em seu elenco e tem participação especial do próprio Chico Xavier.

A filmagem de Chico durante uma psicografia é muito curiosa e digna de ser lembrada. Os produtores do filme disseram que tiveram de desligar as luzes durante a gravação, especificamente durante a concentração do médium, a pedido da equipe que acompanhava Xavier. E estava muito escuro e todos esperavam um resultado pífio, e provavelmente perderiam o filme por baixa qualidade de filmagem. Ao revelarem o negativo, entretanto, ficaram surpresos com uma luz ao redor de Chico que iluminou a filmagem toda - embora ninguem tivesse percebido no local. E é realmente impressionante que a luz que ilumina que Chico não tem uma incidencia clássica de um holofote...


É muito sadio para todos nós que o cinema nacional se fortaleça. E sobretudo com temas edificantes e positivos, saindo um pouco da violência, da miséria e das comédias de padrão global. Agora, além das novelas, séries e programas espíritas, teremos filmes espíritas. E isso é bom para o Espiritismo, enquanto movimento, mas melhor ainda para aqueles que alguma coisa puderem aprender e viver melhor após conhecerem, ainda que superficialmente, a Doutrina dos Espíritos.

05 setembro 2010

Nosso lar, o filme - eu fui!!


Ontem, depois de meses aguardando, finalmente pude sentar na poltrona do cinema e contemplar o filme Nosso Lar, baseado no livro homômino, de autoria de Chico Xavier.

Indo direto ao ponto e sem firulas, devo dizer que a espera valeu, e muito, pois o filme tem uma produção de primeira e nos remete fielmente ao Nosso Lar descrito no livro.

Os diálogos são bem claros e os atores estão ótimos em seus papéis, o filme transporta com maestria a leveza do ambiente da cidade espiritual e também as emoções dos personagens ali atuantes. Com efeitos especiais bem avançados para o cinema brasileiro, Nosso Lar é um marco nesse quesito, a cidade foi totalmente cararterizada com ajuda de computação gráfica e o resultado ficou muito satisfatório, muito embora o telespectador consiga perceber claramente o uso dos efeitos em algumas cenas, o que de modo algum compromete o filme. Particularmente falando, ainda no quesito efeitos especiais, devo dizer que ainda estou impressionado com a parte que mostra o umbral, conseguiram transportar os momentos de aflição e sofrimento de André ali com perfeição, mostrando um ambiente sombrio e tenebroso que beira o realismo e que nos faz pensar em nunca querer vivenciar aquele momento um dia.

O filme também transmite muito bem a mensagem que o livro nos passa e não deixa nada a desejar nesse ponto, fazendo o telespectador refletir bastante sobre a vida e nossos atos ao longo de nossa existência.

Outro ponto fortíssimo é o som, a cargo de ninguém menos que o premiado compositor amaricano Philip Glass, que fez um trabalho estupendo e nos proporciona um prazer redobrado ao assistir o filme. Por isso mesmo, eu recomendaria fortemente a ida ao cinema para ver o filme ou, se possível, assistir com uma ajudinha de um home theater de boa qualidade, muito embora nem de longe isso seja requesito para ver o filme, pois o que importa é a mensagem que o mesmo passa.


Nem tudo são flores


Realmente o filme vale a pena e nos deixa com aquele gostinho de quero mais no final, mas nem tudo agrada aos olhos e ouvidos de uma pessoa mais atenta. Como disse, os diálogos são claros e cumprem seu papel, o que é ponto positivo para o filme, mas em alguns momentos as falas saem muito arrastatas e leves demais, dando um tom meio artificial e muito certinho aos nossos ouvidos.

Como já citei acima, os efeitos especiais empregados no filme também não escapam dos problemas e em alguns momentos percebemos claramente a diferença de que é e o que não é real na tela, como em algumas cenas de caminhadas com elementos da cidade ao fundo, mostrando claramente que o ator está atuando em frente a alguma tela dessas com fundo azul que depois são aplicados o que se quer ali.

Mas são coisas que não estragam em nada o andamento do filme e as vezes podem passar desapercebidas pelo telespectador, pois o roteiro de Nosso Lar é bem amarrado e no fim nos ligamos mais nos acontecimentos do que nos detalhes de produção.


Poderia ficar aqui por um bom tempo escrevendo sobre o filme, mas, como já se diz a tempos, a imagem vale mais que mil palavras e por isso recomendo fortemente que você vá, sendo espírita ou não, assistir o filme, pois a mensagem do mesmo é universal, a produção é bacana, o ingresso vale cada centavo e você de modo algum vai perder viagem, muito menos tempo.

26 agosto 2010

Homossexualidade

Um tema sempre espinhoso, em qualquer tipo de diálogo que mantenhamos é a homossexualidade. E é um tema difícil justamente pela enorme quantidade de preconceito, inibições e desinformação de nossa parte. Ao pesquisar material iconográfico para esse post encontrei a foto ao lado que embora pareça ponderada e reveladora de uma linha religiosa menos ortodoxa, estava veiculada em site com um sem-número de argumentos para condenar moralmente  os homossexuais, excluindo-os dos Reinos dos Céus... Mas enquanto espíritas, como devemos nos comportar? O que dizem alguns dos maiores expoentes da Doutrina? E qual o papel doutrinário que uma pessoa homossexual pode vir a desempenhar dentro da Casa Espírita?

Em primeiro lugar, é necessário que se diga algo a respeito da formação e vivência da sexualidade humana, ainda que muito resumidamente. Segundo as observações de Freud, todos temos um inconsciente bissexual e passamos nos estágios mais precoces de nossa vida nesse estado, em que as pulsões ora eram dirigidas a mãe, ora ao pai, culminando em seu ápice no Complexo de Édipo e sua resolução, passando então após a haver uma identificação de gênero com relação a genitália, que passa a ser percebida pela criança pela presença do falo - menino - ou sua ausência - menina. É interessante notar que todos já carregamos o gérmen da bissexualidade, que está em perfeita sintonia com os pontos doutrinários a esse respeito.

Nesse sentido, observamos nO Livro dos Espíritos as seguintes questões com respeito as experiências evolutivas do espírito no campo da sexualidade e das experiências advindas de cada papel social:

200. Têm sexos os Espíritos?
"Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos"

201. Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?
"Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres"

202. Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?
"Isso pouca lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja e passar"

Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que saberia os homens


Ou seja, o espírito, por não ter sexo, pode vir a ter experiências tanto de um gênero quanto de outro, e isso pouco lhe importa uma vez que o primordial é o aprendizado dessa experiência. Ao longo de sucessivas reencarnações habitando o mesmo gênero na veste carnal, cria-se uma identidade com a qual o espírito passa a identificar-se, apresentando-se sobre esta roupagem. É um dos motivos de ascendência espiritual para alguns homossexuais que, obrigados a estagiar num corpo de gênero diferente de sua identidade, assumem um comportamento homossexual. O espírito Joanna de Ângelis sempre comenta que a personalidade é fruto da estrutura psicológica da presente reencarnação, enquanto que a individualidade é fruto das experiências sucessivas de várias vidas. Temos, assim, uma consideração importante: a bagagem psicológica do espírito é importante, mas é fundamental a vivência na atual reencarnação, pois que através de vários mecanismos do mundo psicológico, atualizam-se tendências e manifestações de material inconsciente diverso, atual ou longínquo na experiência do Espírito que ali está.

Importante ainda é dizer que homossexualidade não é doença. Não existe "cura", e é realmente algo abominável de se dizer. Até os anos 70, entretanto, era o pensamento vigente. Caso encontremos algum confrade mais antigo no grupo que ainda tenha resistência nesse sentido, é preciso esclarecê-lo. Chico Xavier sempre ressaltou o respeito que devemos ter a todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual, e é realmente uma aula de tolerância, respeito, humildade e que mostra a envergadura espiritual do médium Xavier.


Algumas pessoas, inclusive, tolhem homossexuais das atividades do grupo espírita, como atividades de evangelização ou passes. Não existe nenhum motivo para esse comportamento. O que conta é a moral e o desejo de servir no Bem. Precisamos ajudar a desconstruir o conceito de que a homossexualidade é um desvio de pessoas moralmente fracas e que não podem, por exemplo, dar passes. É um resquício de nosso passado inquisitorial que devemos lutar por superar - como vários outros vícios e preconceitos que trazemos para dentros de nossos Grupos e que nada tem a ver com a essência da Doutrina e prestam um verdadeiro desserviço a ela... Para os mais interessados, recomendo o filme "Prayers for Bobby", que mostra até que ponto a intolerância religiosa pode chegar e seus desdobramentos mais cruéis - excelente drama com Sigourney Weaver.

E mais: devemos ter esses diálogos sobre sexualidade sem constrangimentos dentro de nossos círculos. Como diz Raul Teixeira, "porque temos de ter vergonha de conversar sobre algo que Deus não teve vergonha de criar?". Devemos ter sempre o maior respeito por todos, pelas experiências pelos quais passem e buscarmos aprender também algo com o nosso próximo. A Doutrina Espírita nos esclarece e orienta nesse sentido de forma muito clara e contundente.

Estejamos abertos a praticar com maior inteireza esses princípios.

23 agosto 2010

Bastidores de "Nosso Lar"

Hoje no programa Vídeo Show o filme "Nosso Lar" teve novamente lugar de destaque. No pequeno vídeo, são mostrados alguns detalhes dos bastidores do filme e mais imagens do longa que até então não tínhamos visto.  Atentem para os detalhes das construções e para o famosíssimo aeróbus.

22 agosto 2010

Novas imagens de "Nosso Lar"

Em programa da GloboNews, o ator Werner Schünemann (que interpreta Emmanuel) fala sobre a produção do filme "Nosso Lar", a ser lançado em 3 de setembro. Este vídeo já é o quarto vídeo mais acessado do site G1 e contém imagens inéditas do filme. A trilha sonora é de Philip Glass, que também assina a trilha de filmes como "O Show de Truman", "O Ilusionista" e é ganhador do OSCAR® pela trilha de "Diários de um escândalo". A música emociona e mostra o tom grandioso e emotivo que deve dominar o público frente a essa grande história.

18 agosto 2010

Fenomenologia mediúnica - Escrita especular

Dentre os vários tipos de mediunidade não catalogados no Livro dos Médiuns, obra basilar do conhecimento sobre intercâmbio, encontram-se alguns tipos curiosos de manifestações, mais estudadas recentemente. Participam desse grupo fenômenos de voz direta, transcomunicação experimental e escrita especular, com resultados impressionantes.

Os fenômenos de voz direta figuram inclusive nos Evangelhos e Emmanuel lembra em "Paulo e Estevão" como estes ocorreram nas primeiras igrejas cristãs mantidas pelos apóstolos em círculo íntimo. A comunhão de pensamentos e vibrações era tão intensa que frequentemente as igrejas recebiam instruções diretas do plano espiritual, audíveis a todos os presentes.

Já a transcomunicação experimental veio a tona com o advento da eletronica. Baseia-se na permissividade do ambiente a manifestação, por meio da comunhão de pensamentos, de modo que a entidade desencarnada consiga fazer seu registro em algum meio eletronico/eletromagnético - mais comumente usada fita magnética. É uma manifestação complexa e que ocorre em poucos grupos, pois há necessidade de engenheiros do plano espiritual trabalhando conjuntamente com os encarnados para que seja possível se obter a comunicação.

A terceira forma que citei é também das mais impressionantes. É do conhecimento de todos que Chico Xavier recebeu algumas mensagens de forma especular, isto é, só podem ser lidas de frente para um espelho ou contra a luz; estão "ao contrário". E mais, as recebia em inglês...
Deixo abaixo um vídeo feito durante o 4 Congresso Espírita Mundial, realizado em Paris, em 2004, em que Divaldo Franco recebe uma psicografia especular e em francês, assinada por um dos seguidores mais próximos de Kardec. Muitos outros vídeos existem com Divaldo e escrita especular e podem ser facilmanente encontrados no YouTube.

11 agosto 2010

Nova edição de "Nosso Lar"


A FEB aproveitou o lançamento do filme "Nosso Lar", no início do próximo mês, em 3 de setembro, para entregar uma nova edição do livro ao leitor brasileiro. A nova capa, como pode se notar, baseia-se claramente no cartaz do filme homônimo. O livro que já vendeu mais de 1,5 milhões de cópias terá novo fôlego de vendas com a publicidade do filme.


Novo Censo do IBGE

A Federação Espírita Brasileira (FEB) retificou nessa semana um comunicado publicado em seu site endereçado aos espíritas em geral. A FEB havia escrito uma recomendação aos espíritas pedindo que se declarassem "kardecistas" no novo Censo, a contragosto da própria FEB, que não haveria sido consultada sobre o assunto, imaginando que o termo "espírita" não estaria no novo censo. No entanto, em consulta oficial ao IBGE, percebeu-se justamente o contrário: existe um sem-número de termos que automaticamente remetem ao Espiritismo para contagem - embora muitos muito inapropriadamente. Assim, a restrição que a princípio pareceria subestimar o número real de espíritas (não existe "kardecismo", existe espiritismo apenas), não existe e, ao contrário, provavelmente teremos uma superestimativa do número de "espíritas" no Brasil. Para quem tiver curiosidade, na página da FEB está a lista de descritores - palavras-chave - que serão computadas dentro de Espiritismo.
Aproveitando o assunto e entrando de sola no post do meu amigo Júlio, temos um artigo no blog sobre esses termos , você pode conferir clicando aqui.

10 agosto 2010

Raiva, ódio, vingança e perdão

Nossa amiga Lúcia nos pediu no mural para falar sobre ódio e vingança, o qual segue o post abaixo. Ela pediu também para falar de Karma, mas como já tinhamos um post sobre esse tema no blog, então segue o link para o mesmo: Karma.
Nossa amiga Fernanda me pediu a um tempo atrás algo sobre o perdão, como os temas estão muito ligados entre si, nesse mesmo post, lá no final, encontra-se algo relacionado ao perdão.
Espero assim conseguir tirar um pouco da dúvida das duas amigas leitoras do blog.


O ser humano leva uma vida complexa regada de diversos sentimentos inerentes da própria natureza humana e também de sua personalidade em particular, sentimentos esses que são de enorme importância ao longo da vida de uma pessoa, pois são esses sentimentos que muitas vezes levará determinado indivíduo a concretizar um ato que pode ser tanto benéfico em sua vida, quanto desastroso. Os mesmos atos podem refletir diretamente na vida de outras pessoas e, por isso, saber lidar com os sentimentos que a vida lhe apresenta é de enorme importância ao longo de sua existência.

A raiva:
Basicamente a raiva é um sentimento de protesto a algo ou alguém cuja atitude não nos agrade, uma forma de expor nosso sentimento contrário a determinada atitude externa que esteja nos atingindo de forma direta ou indireta. Podemos perfeitamente nos opor a algo de forma mais amena e sem a necessidade de agressão a qualquer um que seja, mas quando esse sentimento de oposição passa a ser mais forte e intenso, chamamos de raiva. Apesar da intensidade, a raiva pode ser controlada.

O Ódio:
O sentimento de ódio nada mais é que o sentimento de raiva de uma forma muito mais intensa, onde o indivíduo passa a perder o controle sobre o sentimento de raiva que já havia se instalado e, caso não consiga reverter, pode culminar em atos negativos.

A vingança:

A vingança é um sentimento muito ligado ao orgulho e a vaidade, é através desse sentimento que surge a vontade de "devolver o troco" e lavar o orgulho ferido. Note que o sentimento de vingança está intimamente ligado ao de raiva e ódio, onde poderia-se perfeitamente dizer que o sentimento de vingança seria o ponto máximo dos outros dois, pois é nesse sentimento que surge a concretização do ato em si.
A negatividade desse ciclo (raiva, ódio e vingança) é tão grande que muitas vezes comprometem a vida de uma pessoa e outras ao seu redor.

O que o Espiritismo nos diz de tudo isso?

A base do Espiritismo sempre foi a do Mestre Jesus, ou seja, o Amor.
Sentimentos como os citados acima fazem parte da natureza humana e não há nada de errado em senti-los, o que ocorre é que temos que aprender a lidar com os mesmos e sempre tentar tirar proveito positivo da situação, por mais difícil que isso possa parecer. A superação desses sentimentos proporciona o espirito a sua evolução e através do Amor ele alcança essa superação.

Ainda há a "última milha" relacionada a raiva, ao ódio e a vingança, há o perdão!

O perdão:

O perdão é um sentimento nobre e valioso onde as partes tem a chance de superar seus sentimentos negativos e os transformarem em algo extremamete gratificante, ou seja, transformar a raiva, o ódio e a vingança (uma verdadeira prisão particular em nossas mentes) em liberdade (poder enfim tirar o peso dos ombros e seguir em frente).
O perdão liberta, e como liberta. Não só o indivíduo que pede perdão como também o indivíduo que perdoa são agraciados com o sentimento de libertdade e alívio, onde finalmente estão se livrando de sentimentos negativos que até então não levava a nada e só contribuia negativamente para a vida de ambos.

Mas o perdão tem que ser verdadeiro, tem que vir do fundo do coração e da alma. Pois de que adianta dizer que perdoou mas ao mesmo tempo sentir repulsa por determinada pessoa? O mesmo vale ao contrário, quando uma pessoa diz que perdoa mas no fundo ainda guarda sentimentos negativos.

Em nosso planeta de provas e espiações, sempre estaremos sujeitos ao sentimentos citados acima, não sendo errado te-los, mas extremamente necessário controla-los. A escola da vida nos ensina que a superação de determinadas situações acaba por ensinar novos caminhos no percurso da vida e nos lembra de que estamos aqui para apender e evoluir como Espírito, chegando um dia em um ponto em que simplesmente não teremos mais os sentimentos negativos e o sentimento de Amor verdadeiro será dominante em nosso ser. Esse é o caminho.

A imagem abaixo representa um pequeno e simples roteiro que podemos usar no dia-a-dia para ter mair controle sobre nossos atos com base em nossas reflexões, fiz a algum tempo para o grupo que frequento e acho que serve também para o que foi exposto nesse post. Clique na imagem para ampliar.

09 agosto 2010

Pai

Nesse dia dos pais, fico sempre pensando naqueles que já se foram e continuam zelando por nós de lá do outro lado... Com o amor e o carinho de sempre, nossos entes próximos continuam zelando por nós. E para quem não tem mais o pai nesse plano, "uma das mais dilacerantes experiências do ser humano", como escreveu Freud, pode ter certeza, o amor não ve barreiras entre o visível e o invisível, e onde e como estiver, ele certamente estará recebendo suas vibrações de carinho.
No belo vídeo com link abaixo, Fábio Jr., espírita há muito tempo, faz um discurso embargado pela saudade, mas cheio de esperança antes de seu maior clássico...

http://www.youtube.com/watch?v=mvwdR2zF8pQ&feature=channel

08 agosto 2010

Lidando com os medos

Todos nós experimentamos o medo. Faz parte do que é mais peculiar a nossa evolução humana pois nos dá a medida exata de nossa limitação. É o que nos impede de pular grande altura, nos faz olhar a rua ao atravessá-la ou que nos faz pensar dez vezes ou mais ao dizer algo pouco elogioso a alguém. Mas medo de quê? Basicamente, de algo ruim que sobrevenha dessas situações, e em última instância, de nosso próprio fim...

Em tudo quanto experimentamos nessa vida, temos na morte o maior impeditivo a todas nossas realizações e desejos. Ela vai chegar, inexoravelmente. E lutamos a ansiamos muito para postergarmos o dia de nosso encontro com ela. Pior ainda, não sabemos como ela virá, como Raul Seixas muito bem escreveu em seu tango "Canto para a minha morte" - um dos melhores retratos de nossa posição ambígua diante da morte, de curiosidade e medo. Pode vir da queda de um andaime, de uma doença incurável ou da violencia de outro ser humano. E porque a tememos, sempre tentamos medir as consequencias de nossos atos e de situações que coloquem em risco a nossa vida, ou em menor nível, de tudo aquilo que possivelmente venha a nos prejudicar de alguma maneira, e em muitas vezes esse medo que sentimos não se encontra racionalmente justificado. É o eterno confronto entre o "Eros" e o "Thanatos", a pulsão de vida e morte de Freud, o que de mais essencial se resume a vida de um ser humano: viver e morrer.

Mas mesmo sendo tão natural o medo e tão saudável para nossa manutenção enquanto espécie, algumas vezes ele foge da medida e começa a nos atrapalhar mais do que ajudar. Existem muitas descrições em psicopatologia com o medo como sintoma chave. A fobia, medo desproporcional a periculosidade incutida em um determinado objeto ou situação é uma delas. A ansiedade, a antecipação de um evento e seus possíveis desdobramentos, gera frequentemente grandes inseguranças e medos difíceis de controlar. O transtorno do estresse pós-traumático, em que alguem após passar grande trauma, passa a reviver todo o medo (ou terror, grau extremo de medo) da situação estressante vivida ao entrar em contato com algum "gatilho" que reviva sua memória. Todas essas são situações que nos prejudicam muito e que precisamos tentar compreendê-las e tratá-las para um melhor aproveitamento de nossas vidas, porque, caso contrário, troca-se o "medo de morrer" pelo "medo de viver" e acabamos nos fechando demais pra vida. Alguns medos podemos identificar suas causas; outros não, remontam de conteúdo inconsciente, dessa ou de outra vida, mas são sempre passíveis de melhora e de um bom cuidado.

Abrir-se para vida, vencendo os medos...
Aprender a lidar com o medo é tentar balancear a cota exata de benefício trazido por aquela ponderação ressabiada do seu desfecho possivelmente ruim. É o que fazemos todos os dias em todas as situações, e como em tudo, devemos evitar os exageros.

É preciso muita coragem para enfrentar os próprios medos.... Parabéns a nossa amiga Márcia que deixou seu recado no mural.