"O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração"
Emmanuel


30 novembro 2009

O que é Perispírito?

Tal termo, cunhado por Allan Kardec, se refere a um "corpo fluídico", semi material, que liga o Espírito, estrutura imaterial e eterna, ao corpo, material e perecível. Tem a mesma forma do corpo físico, e é também responsável por sua formação. Isso porque o perispírito é o nosso "arquivo da alma"; tudo que fazemos ao nosso corpo material, pela íntima relação célula a célula com o períspirito, também se manifesta em nosso perispírito. De modo que um fumante inveterado nesta encarnação sofrerá as consequencias do fumo além-túmulo também, uma vez que seu perispírito também fora lesado. Essa lesão repercutirá em nova existência, por meio da reencarnação, uma vez que o perispírito servirá de molde para a diferenciação celular e formação de todos os órgãos, constituindo no corpo físico, as consequencias de seus próprios atos e o roteiro para um novo caminho de evolução e mudança de comportamento.

Embora tal registro ocorra em sua estrutura, é impossível "lembrar-se" de todas as existências por meio do perispírito. Isso porque o Espírito seleciona apenas as experiências que agregaram valor intelectual e moral a seu cabedal de conhecimento. Assim, à medida que a criatura evolui, se espiritualiza, o perispírito vai se tornando mais sutil, e todas as memórias tornam-se patrimônio do Espírito. Chegaremos a um ponto, portanto, em que não precisaremos mais reencarnar, e o perispírito inexistirá; seremos apenas Espírito.

O perispírito, ou "corpo espiritual", possui, como o corpo físico, diversas estruturas que o compõe, sendo os  centros de força (ou chakras, na terminologia hindu), as mais conhecidas. Tais pontos são acumuladores e distribuidores de energias no perispírito e constituem a base da terapêutica espírita de passes, por estarem muitas vezes em desequilíbrio, bloqueando determinados fluxos energéticos. É também sensível a diversas formas outras de perturbação, como por larvas mentais (criações ideoplásticas inferiores, que se alimentam de nossos pensamentos) e até mesmo complexa aparelhagem da dimensão espiritual, constituindo obsessões complexas muitas vezes de difícil resolução. O maquinário celular físico, produz ainda, fora as excretas eliminadas pelo próprio corpo, formas espectrais, digamos assim, decorrentes do metabolismo de tudo que por ele é consumido, sendo possível ver essas emanações no períspirito (tais emanações constituem a aura, que reflete não somente o metabolismo celular mas psíquico e espiritual do ser também).

Uma outra função não menos importante do perispírito é permitir a manifestação espiritual. Os médiuns registram por meio de pontos sensíveis em seu perispírito a presença de Amigos Espirituais ou entidades perturbadas. Esses pontos são meticulosamente estudados pelos Mentores quando deseja-se desenvolver e educar a mediunidade.

Temos o perispírito, então, como uma estrutura nobre, que nos permite reconhecer nossa unidade no tempo e no espaço, preservando-nos a forma, nos reajustando com nós mesmos e brilhando, conosco, ante as bênçãos resplandecentes da mediunidade instrutiva com Jesus.

28 novembro 2009

Através da reencarnação


"Fora melhor que não existissem na Terra pedintes e mendigos, na expectativa do agasalho e do pão.

Se é justo deplorar o atraso moral do planeta que ainda acalenta privação e necessidade, examinemos a nós mesmos, quando nos inclinamos para a ambição desvairada, e verificaremos que a penúria, através da reencarnação, é o ensinamento que nos corrige os excessos.

Fora melhor não víssemos mutilados e enfermos, suplicando alívio e remédio.

Se é compreensível lastimar as condições da estância física, que ainda expõe semelhantes quadros de sofrimento, observemos o pesado lastro de animalidade que conservamos no próprio ser e reconheceremos que sem as doenças do corpo, através da reencarnação, seria quase impossível aprimorar as faculdades da alma

Fora melhor não enxergássemos crianças infelizes, suscitando angústias no lar ou piedade na via pública.

Se é natural comover-nos diante de problemas assim dolorosos, meditemos nos ódios e aversões, conflitos e contendas, que tantas vezes carregamos para além do sepulcro, transformando-nos, depois da morte, em Espíritos vingativos e obsessores, e agradeceremos às Leis Divinas que nos fazem abatidos e pequeninos, através da reencarnação, entregando-nos ao amparo e ao arbítrio daqueles mesmos irmãos a quem ferimos noutras épocas, a fim de que nós, carecentes de tudo na infância, até mesmo da comiseração maternal que nos alimpe e conserve o organismo indefeso, venhamos, por fim, a aprender que a Eterna Sabedoria nos ergueu para o amor imperecível na vida triunfante.

Terra bendita! Terra, que tanta vez malsinamos nos dias de infortúnio ou nos momentos de ignorância, nós te agradecemos as dores e as aflições que nos ofereces, por espólio de nossos próprios erros, e rogamos a Deus nos fortaleça os propósitos de reajuste e aperfeiçoamento, para que, um dia, possamos retribuir-te, de algum modo, os benefícios que nos tem prodigalizado, por milênios de milênios, através da reencarnação!..."



Pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, in "Estude e Viva", editora FEB.

27 novembro 2009

A vingança do judeu

Livro instigante, repleto de reviravoltas e exemplos do amor e da dor no caminho da evolução espiritual

O romance mediúnico “A vingança do judeu”, do espírito J.W. Rochester, psicografado pela médium russa Wera Krijanowski no início do século passado, ganha nova edição pela FEB, além de ser publicado também por outras editoras espíritas. Conta a história de um rico banqueiro judeu que se apaixona por uma condessa cristã, que pela diferença de classes, jamais poderiam ficar juntos, segundo os preconceitos da época. Graças a fatores que não contarei aqui, o banqueiro apaixonado lança mão de um subterfúgio que irá marcar toda a trajetória dele e dos outros personagens, em sucessões de eventos marcantes, alternando dor e amor, num binômio tão próximo e intenso, que fará as páginas do livro correrem celeremente. O livro se divide em duas partes, em que predominam as quedas morais em uma, e a regeneração dos personagens na outra. O livro com suas mais de 400 páginas pode cansar em certos momentos em que a narrativa torna-se mais lenta e atrelada a detalhes secundários, mas provê grandes tesouros aos mais obstinados.


Quanto à questão de estilo, embora bem acabado e competente ao conduzir o leitor pela história, a narrativa apresenta algumas digressões às vezes um pouco clichês. Além disso, trata-se de um livro mais “romanesco”, com uma história com golpes melodramáticos, que poderia mesmo ser adaptada como novela de grande sucesso, tamanha a quantidade de eventos e relações complexas que se desenvolvem entre as personagens – e digo isso sem desmerecer o livro, mas apenas enaltecendo uma característica peculiar de um estilo que agrada, embora às vezes exagere.

Para quem está habituado à leitura de Emmanuel e André Luiz, não sentirá a linguagem pungente de Emmanuel ou a didática e transcendência de André Luiz, mas topará certamente com um livro que muitas emoções trará ao leitor, que avidamente consumirá esse bom livro.

25 novembro 2009

A reencarnação


Atendendo ao pedido da leitora Nathalie, vou postar aqui de uma forma simples e resumida sobre a reencarnação. O assunto carece de uma explicação mais aprofundada mas o necessário para o entendimento direcionado a pessoas com que estão começando agora a ler sobre doutrina segue abaixo:

O objetivo de todo Espírito é a sua evolução, encarnamos na Terra com o intuito de viver a nossa vida e através dessa vivência ir adquirindo mais experiênia e sabedoria, o que por consequência acaba dando ao Espírito a chance de ir evoluindo. A necessidade de encarnar em um planeta como a Terra (que é de provas e expiações, na sua atual condição) é justamente o fato de que ainda estamos em um grau de evolução em que necessitamos de forte interação com a matéria "pesada" e a Terra fornece o necessário para a nossa breve estadia por aqui, pois cada Espírito encarna em uma orbe compatível com seu grau de evolução, ou seja, um Espírito mais evoluido necessita menos matéria do que um Espírito menos evoluido (como nós), por isso ele acaba encarnando em um planeta que tem menos matéria em sua composição, e assim vai até o ponto de o Espírito não precisar mais encarnar, pois alcança um grau de evolução tão alto que a interação com a matéria deixa de ser necessária.

Pois bem, de uma forma resumida, digamos que é tanta coisa pra aprender com essas experiências que uma vida só aqui na Terra (o que varia, mas a média é de uns 70 a 80 anos hoje, chutando) não é o suficiente para alcançarmos o grau de evolução necessário, pois é preciso respeitar as leis da física e o nosso corpo (que é o meio em que nosso Espírito usa para interagir com a matéria deste planeta) acaba "jogando a toalha" e por fim falece. Esse é o momento em que chamamos de desencarne, pois o Espírito deixa o corpo a qual não lhe serve mais e parte novamente para o mundo espiritual, o seu verdadeiro lar.

A experiência de vida na matéria continuará novamente quando o Espírito regressar em um novo corpo (aqui ele renasce, ou reencarna, como preferir) e começar uma nova vida, aprendendo novas coisas e adquirindo mais sabedoria sobre as coisas, como a moral e o amor ao próximo, e assim fechando o ciclo a qual damos o nome de reencarnação.

Mas, uma pergunta que poderia ficar no ar (dentre muiiiitas outras, pois, como disse, o assunto carece de um estudo bem profundo) é o por que o nosso corpo não pode viver mais tempo (digamos ai 300 anos) e "economizar" essas idas e vindas. Mais uma vez, é preciso respeitar outros pontos, no caso, o próprio planeta, pois o mesmo não suportaria tantas pessoas vivendo por um longo período de tempo, pois seus recursos são limitados e é necessário a manutenção do número de habitantes para o equilibrio de seus recursos naturais. Isso ocorre não só aqui na Terra como também em outras orbes que recebe Espíritos encarnados.

Bom, espero ter conseguido esclarecer um pouco mais sobre a reencarnação, mesmo que de uma forma tão resumida como se vê acima, do mais, o estudo mais aprofundado é indicado para maiores esclarecimentos, mas o básico é isso.

15 novembro 2009

Campanha Espírita

Estamos postando e divulgando aqui no blog uma campanha encabeçada pela TVCEI - canal espírita já há alguns anos na internet - que pretende estar disponível em operadoras de tv a cabo, como Sky e Net. Além das transmissões ao vivo e de programas gravados pela internet, a TVCEI já tem seu conteúdo disponível nos celulares Claro3G e pretende com a ajuda do público espírita estar disponível em tv paga. Este é um primeiro passo, inclusive, para a conquista de uma concessão em Tv aberta, defendida até pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. É uma iniciativa muito importante de difusão da Doutrina e que grande influencia pode ter nos projetos educacionais do país.
Acessem o site para participarem do abaixo-assinado:

http://www.euconcordo.com/tvcei

12 novembro 2009

Decálogo para Médiuns

"1 - Rende culto ao dever.
Não há fé construtiva onde falta respeito ao cumprimento das próprias obrigações

2 - Trabalha espontaneamente.
A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói.

3 - Não te creias maior ou menor.
Como as árvores frutíferas, espalhadas no solo, cada talento mediúnico tem a sua utilidade e a sua expressão.

4 - Não esperes recompensas no mundo.
As dádivas do Senhor, como sejam o fulgor das estrelas e a carícia da fonte, o lume da prece e a benção da coragem, não têm preço na Terra.

5 - Não centralizes a ação.
Todos os companheiros são chamados a cooperar no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam à posição de escolhidos para tarefas mais altas.

6 - Não te encarceres na dúvida.
Todo bem, muito antes de externar-se por intermédio desse ou daquele intérprete da verdade, procede, originariamente, de Deus.

7 - Estuda sempre.
A luz do conhecimento armar-te-á o espírito contra as armadilhas da ignorância.

8 - Não te irrites.
Cultiva a caridade e a brandura, a compreensão e a tolerância, porque os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurança através de um coração conservado em vinagre.

9 - Desculpa incessantemente.
O ácido da crítica não te piora a realidade, a praga do elogio não te altera o modo justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizam à conta de mistificador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da consciência limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca.

10 - Não temas perseguidores.
Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, anjo em forma de homem, estava cercado de adversários gratuitos e de verdugos cruéis, quando escreveu na cruz, com suor e lágrimas, o divino poea da eterna ressureição."

André Luiz

Extraído do livro "O Espírito da Verdade", psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, editora FEB.

09 novembro 2009

Mediunidade é loucura?

Não, e há inclusives trabalhos científicos demonstrando isso. Embora os médiuns tenham "experiências psicóticas", a grande maioria deles - porque afinal de contas, quem estará definitivamente livre da loucura? - não tem uma estrutura psicótica. Em sua tese de doutorado pelo Instituto de Psiquiatria da USP, o professor Alexander Moreira de Almeida, fez seu trabalho justamente avaliando a saúde mental dos médiuns, que a contrário das expectativas acadêmicas, que sempre rotularam tais pessoas dentro do grupo dos "histéricos" e "impressionáveis", não tiveram escores de saúde mental piores que da população geral.

Mas como pessoas existem com fragilidades de todo tipo, a mediunidade pode sim, naquelas predispostas, favorecer a loucura, mas não mais do que outras atividades que igualmente gerariam estresse sobre a estrutura fisica/psicológica do indivíduo com essas predisposições. Vejamos o que nos diz Kardec sobre isso, ao questionar os Espíritos sobre o assunto:

"Poderia a mediunidade produzir a loucura?

Não mais do que qualquer outra coisa, desde que não haja predisposição para isso, em virtude de fraqueza cerebral. A mediunidade não produzirá a loucura, quando esta esta já não existia em gérmen; porém, existindo este, o bom-senso está a dize que se deve usar de cautelas, sob todos os pontos de vista, porquanto qualquer abalo pode ser prejudicial"

Kardec sustentava ainda, contra àqueles que queriam desqualificar os espíritas, chamando-os de ingênuos ou impressionáveis, levados à loucura, que o Espiritismo tinha a estranha mania de "acometer a classe mais instruída". Nos últimos censos no Brasil, observa-se esse mesmo padrão, notando-se os declarados espíritas entre os com mais anos de estudo e renda, dos quais a "loucura" nada deve ter ajudado a construir.

Vale ressaltar também o grande número de sanatórios espíritas no país, prestando assistência médica e usando a terapia espírita no tratamento daqueles cujo desequilíbrio espiritual é o maior responsável pelo transtorno mental. Fato este que atesta o uso da Doutrina inclusive no tratamento de casos indevidamente catalogados dentro dos transtornos mentais, sem quaisquer investigações de possíveis causas espirituais - negadas pela Ciência materialista tradicional.

07 novembro 2009

Paulo e Estevão

O ápice da produção mediúnica de Chico Xavier

Grandes mestres da Literatura nos causam profundas emoções, às vezes difíceis de definir, quando lemos suas obras. Costumo dizer que Kafka me ensinou a sentir estranhamento e angústia; James Joyce, perplexidade e êxtase; Machado de Assis, ironia, humor e sobriedade. Mas foi Emmanuel que me ensinou a chorar lendo um livro. E Paulo e Estevão está simplesmente no rol das grandes contribuições espíritas ao beletrismo português. Devia ser cobrado em vestibulares, inclusive.
Isso porque sua qualidade literária é indiscutível, por quem quer que o leia. Logo na primeira cena, em que o pai de Estevão é agredido, Emmanuel descreve a cena com cores fortes, não poupa palavras e imagens, numa construção que bem poderia ser usado em algum filme expressionista. A linguagem flui ágil da pena de Xavier, e toma vida nas sucessivas páginas do livro.

A biografia de dois grandes mártires do Cristianismo é contada com muitas minudências e referências aos textos bíblicos. Mas é um livro de apelo afetivo, que longe de idealizar seus personagens, os humaniza e atormenta com toda a carga de dificuldades próprias na senda evolutiva do mundo corpóreo. Dificuldades, perseverança e fé são temas recorrentes na obra, que de forma poética e grandiosa, no estilo erudito e clássico de Emmanuel, narra o martírio de Estevão e a conversão de Saulo, nascido em Tarso, Paulo, nascido em Cristo.
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Em pequeno preâmbulo, Emmanuel, profundo conhecedor que é do Espírito humano, vislumbra àqueles que lerão o livro ávidos por confrontá-los com fontes históricas ditas seguras e insofismáveis. Mas sem almejar tal rigor, o Autor Espiritual, profundo admirador da personalidade do Apóstolo dos Gentios, conta que pretende narrar e enaltecer alguns aspectos da vida de Paulo pouco conhecidos, lançando nova luz sobre alguns hiatos presentes nos registros oficiais.
A cena da aparição de Jesus a Paulo no caminho de Damasco e da despedida de Paulo antes de ir à Roma, são particularmente belas em seu aspecto narrativo. As descrições dos costumes e da vida política também são muito ricas, ambientando a narrativa de modo convincente.
É um livro para ser lido e admirado. Àqueles que não o conhecem, estejam certos, espíritas ou não, que grandes emoções os esperam nesse livro.